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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Impressões da fuga



Posso dizer que a letra dessa música resumiu a fuga que fiz para São Paulo na última quinta-feira. E faz parte da playlist que trouxe de lá com carinho. Sim, trouxe de São Paulo uma playlist de presente pra mim, uma que não nasceu pré-programada, mas que foi se construindo e identificando cada um dos momentos que passei naquela linda cidade: http://snd.sc/XVqFd8.

A playlist me foi apresentada por um paulista, enquanto ele me levava para o metrô. Um metrô que me assustou no início, mas depois vi que era simples... e chato. Nossa! Andar de metrô em São Paulo é cansativo! Mais do que ficar no engarrafamento em um ônibus na ponte Rio-Niterói.

Caminhar pelas ruas, em São Paulo, é um hábito que a maioria cultiva. Ir à pé é mais fácil. Mas cansativo, também. Aqui no Rio pegamos um táxi (lá ficou inviável, pois é muito mais caro!), um ônibus ou até mesmo nosso metrô em linha reta, mas andar e correr, só no calçadão - pra mim, nem isso.

A Augusta é silenciosa e incrível. A Lapa, daqui, é barulhenta e ótima. Podiam juntar os dois lugares.

Sentar num bar é difícil! Mesas e cadeiras na calçada só aqui no Rio, lá em São Paulo só dentro do estabelecimento (que lota rápido, porque o espaço é reduzido). Mas achei um bar, sentei em caixote na calçada pra beber (que o garçom arranjou). Não tomam Itaipava e preferem Skoll à Antártica. Mas a Antártica é uma delícia, sabe?

Os michês na Luz acharam que eu estava disputando ponto por estar parado fumando, nunca me confundiram com michê no Centro do Rio. Só uma vez, em Copacabana.

Fui ao parque Vila Lobos e achei que não estava mais no paredão de prédios em São Paulo. Áreas para cachorros brincarem, jogar basquete, andar de patins... Lindo. Me lembrou uns parques que temos no Rio, mas aqui o terreno é mais arenoso que a grama comportada e as árvores organizadas de lá. Estava calor e iria me encontrar com um pessoal de um grupo do Facebook que faço parte, conhecê-los. Cheguei de óculos, sem camisa, de bermuda e mochila nas costas. Em São Paulo não se tem muito o hábito de tirar a camisa e meu amigo avisou que tinha gente comentando "que lindo" e "como eu era espontâneo". Meu ego, não preciso nem falar.

Aliás, ego. Como ele ganhou proporções imensas por lá. Os flertes em São Paulo são mais descarados do que no Rio, pelo menos entre os gays. Eu andando de metrô ganhei uma olhada seguida de um número de telefone. E que gracinha era o "Celso", como ele salvou e eu nunca mais vi e falei depois que ele desceu uma estação antes da Penha.

A 25 de março é igual ao Saara daqui, mas mais uma vez a diferença é a barulheira: aqui temos quase que uma rádio para anúncio com caixas de som espalhadas por toda a localidade e que fazem propagandas toscas, engraçadas e de todo o tipo de voz e efeitos sonoros que possam chamar sua atenção. Lá havia alguns homens com microfone e tanta gente que não cabia nas calçadas e andar pelas ruas era normal. Até nessa confusão você ganhava flertes.

A noite de lá é incrível como a daqui, mas enquanto lá se tem mais boates fixas, aqui se tem mais festas: Se lá você vai dois finais de semana seguidos na LAB, aqui você vai num final de semana na Allcool Party e no outro na Overdose e as duas festas acontecerão no mesmo lugar. Por mim, juntava lá e cá também.

Achei que meu coração tinha espaço apenas para Belo Horizonte, mas São Paulo se aconchegou. Revi amigos, conheci gente nova e me apaixonei por tudo o que passei e vivi. Normal eu me apaixonar por tudo sempre, mas acho que meu sorriso deve ter ficado perdido em algum lugar próximo ao Center 3, na avenida Paulista.

sábado, 29 de junho de 2013

Num sábado domingo

Imagem de 6eternity9

Era um sábado tão domingo que Faustão tinha roubado o lugar do Luciano Huck e ouvir folk estava melhor do que o pop pré-festa costumeiro. Meu Twitter parecia a praia de Ipanema com o número de homens descamisados e sarados aumentando a cada tweetada de duplo sentido que eu dava - humor sacana, sexo engraçado, mentiras gozadas, sabe?

Eu pensava sobre o que escreveria para a coluna que tenho no jornal e sobre qual dos temas do meu cronograma (para minha coluna do site Os Entendidos) entraria atropelando o outro após a minha estreia. Aqueles planos que você tenta traçar no momento de ociosidade porque acha que as coisas não estarão tão calmas na próxima semana.

Era um sábado tão domingo que domingo seria pior que uma segunda de segunda. E eu pensava sobre como as coisas têm impactado na minha vida. Todas as coisas, no caso. Todas e todos. Reavaliando flertes que já tive, que terei (porque a ociosidade me transforma em Mãe Dináh) e que vejo as pessoas tendo fiquei com saudade da poesia, da mentira bonita. Parece que os caras não sabem mais flertar, sabe? E nesse sábado tão domingo, mas tão domingo, fiquei com vontade de fazer nada, planejando o que teria que fazer ainda nesse tal sábado.

Comentei isso com um garoto que insistia em dar em cima de mim mesmo com todas as recusas que eu fazia, pelo Facebook, da seguinte forma: "Tenho saudade de não verem os defeitos de imediato em alguém. Saudade daquela enganaçãozinha gostosa e daquelas mensagens que vão cheias de insegurança de receber uma de volta. Saudade da poesia, hoje tudo está tão verdadeiro! Saudade de receber uma mentirinha como 'não reparei na sua espinha' ao invés de 'adorei sua foto, mas a luz tá mostrando suas acnes'. Entende?" Mas recebi como resposta: "Você é tão inteligente e poético". Bloqueei. Não consigo conversar e, mesmo que goste de ter o ego elevado, não é exatamente disso que eu precisava. E eu sou o meu centro do que eu quero. Primeiríssima primeira pessoa.

Era um sábado tão domingo que eu me indagava o que pensaria desse sábado se ainda estivesse com ele ao meu lado. Independente de qual lado, tentaria roubar o lado da parede na hora de dormir e ele diria que aquele era o lado dele. O lado dele, para mim, era do meu lado, independente do lado. Bem, segui à risca essa afirmação: hoje ele está do lado de fora.

E é neste sábado tão domingo, mas tão domingo, que a preguiça se estica até para a explicação de todas as ironias que escrevi e que estou pensando. A preguiça se estende para todos os que não perceberam uma mudança do tempo verbal usado, mudança dos pronomes demonstrativos apresentados e mudanças de tudo o que estou passando: em primeiríssima terceira pessoa.

sábado, 15 de junho de 2013

De cara nova, sou gente nova

Oi gente, estão bem?
Estive preparando um novo layout pra colocar no blog, sair daquela escuridão que ele se encontrava. Como mudou muita coisa nesses tempos de html, demorei. Mas demorei também porque estava me orientando, me organizando. Muita coisa aconteceu desde que ganhei uma coluna no jornal Santa Rosa: Arrumei um emprego (Sim, olha! Só espero que esse não tenha o mesmo fim que os demais) como revisor numa agência de comunicação - que agora estou me integrando mais e já faço gestão das mídias e estou ensaiando uma possível ocupação de função de redator -, continuo com minha pesquisa sobre feminismo e fui convidado, devido ao que já produzo na minha coluna, a ter um espaço no site Os Entendidos! Esse último, além de site é um projeto de multiplataforma que... bem, não vou estragar a surpresa! Mas digo que estou muito feliz, porque é um site que eu já gostava muito (e não tem um monte de homem pelado pulando no meu monitor só por ser gay).

Além dessas coisas, desenvolvi um projeto para a prefeitura de Niterói sobre um evento literário que está em estágio de verificação. Não sei ao certo o que acontecerá disso, mas estou na torcida.

Tenho conhecido muita gente legal por conta de todas essas coisas que vêm transformando minha vida numa velocidade que eu às vezes nem faço ideia de como estou fazendo tudo dar certo. Sou pessimista, mas antes disso estratégico. Então, por mais que eu bole planos e caminhos para alcançar o objetivo que desejo, às vezes o medo de perder tudo ou de algo se quebrar no meio do caminho, que eu prezo, é grande. E para esses imprevistos você só imagina o que faria, bolar um plano de última hora é mais complicado e, bem, não sei nem se tenho tempo pra isso.

E nisso, algo se quebrou meio todo a esse processo: depois de muitas chateações, confusões, medos e visões e vontades diferentes, acabei perdendo o meu namoro. Tristeza, raiva e impotência descrevem muita coisa do que eu sinto agora e, sim, fui eu que tomei essa decisão. Não me sinto confortável em nada e não tenho um bom plano para contornar ou diminuir tudo o que eu sinto - aliás, nem sei se quero. Conversaremos mais uma vez, então não sei o que acontecerá mesmo. Os motivos que levaram a isso não são referentes a nada clichê ou bobeiras como a maioria termina relacionamentos (beijou outro ou flertou pela internet ou ainda me trazia insegurança... tudo isso é besteira, é pouco, é nada e não motivaram a isso). É algo mais profundo, mais do que eu penso estar na essência; algo que não se muda da noite pro dia, mas um dia cansa.

Sim, guardo no meu coração todos os homens - e mulheres - que passaram na minha vida. Alguns não gostaria, mas os carrego. Às vezes uma música me lembrará de tal pessoa, outras um cheiro e ainda outras, que podem ter durado uma pernoite de seis horas no motel, um olhar de um estranho me traz de volta a algum quarto com lençóis ensacados e fingidamente esterilizados. Esse meu namoro foi de quase um ano e meio e, por mais que essa não fosse "a nossa música" e nem nunca a tivéssemos ouvido-a juntos, a letra me remete à lembranças que estarão guardadas até nos menores cantos do meu corpo.

Espero que tenham gostado do novo layout e, bem, vamos sentindo e vivendo o que pudermos tocar. É o jeito...

quinta-feira, 21 de março de 2013

E O Que Aconteceria Comigo virou coluna de jornal

Calma, não todo o blog. Imagina, expor todos os textos num jornal impresso? Mas, agora, tenho uma coluna num tabloide da minha cidade, Niterói, para expor minhas reflexões, críticas e pensamentos sobre... a internet!

Na verdade, sobre as pessoas e como brincamos de internet. Sobre a vida, sobre como nos falamos e criamos. Estou muito contente e com o ego inflado, pois no meio de pessoas bem mais velhas me quiseram como "sangue novo". E me quiseram a partir daqui, do blog! Tanto que meu primeiro texto publicado, é a última postagem daqui do blog. A equipe avaliou e se sentiu muito feliz em me ter no time deles!

Na coluna (que estreou hoje), como mencionei, vou falar de internet e, sempre, expor algum link de algo interessante, de uma matéria boa, artigo que seja pertinente ao assunto que abordarei ou vídeo do tema tratado. Nesse primeiro, postei uma palestra interessantíssima. E, olha que lindo: a coluna é ilustrada!

A ideia deles é atingir um público mais jovem, a minha é atingir a todos que esbarram com a internet em sua vida offline. Ou seja: todos. Todos estamos interligados virtualmente e socialmente. Estamos sim, porque até para quem não usa com tanta frequência a internet, se eu jogar seu nome no Google, te encontrarei. Então, estamos ligados.

Sendo assim, quero agradecer muito a quem comenta aqui no blog, quem só lê e prefere se abster e a quem me envia por e-mail/mensagem no Facebook alguma sugestão ou crítica.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A vida social: grupos do Facebook

Um grupo de nerds, acima de 18 anos, que participo me motivou a fazer essa postagem, mas não se resume ao fato ocorrido (apenas é uma ilustração do que venho acompanhando na internet).
Aconteceu o seguinte: achei engraçado um vídeo idiota. E achei engraçado por ser o máximo do idiota. Consigo rir de quem faz barulho de pum com o sovaco, sabe?
Então um menino veio reclamar e eu o respondi. Trocamos estresses, em suma.
"Seu bobo, feio, chato, cocô, xixi"
O tal menino poderia ter ignorado a minha postagem no grupo, mas não o fez e se sentiu na vontade de comentar atacando quem achou a bobeira engraçada (chamando de criança). Isso me levou a pensar em como as pessoas estão funcionando nos grupos do Facebook, pois não é a primeira vez que vejo isso acontecer, ou comigo ou com outrem (tenham em vista que, usarei a pauta "grupos do Facebook" mas isso se abrange pra postura das pessoas na internet. E, dessa vez, posso falar "das pessoas" e me excluir disso categoricamente). Sendo assim, vamos lá.

Quando nós, humanos, nascemos, fomos inseridos num meio: a natureza. Ela já estava pronta, construída. O máximo que fazemos é estudar para entender sua estrutura. Aí, veio a internet. Nosso novo meio, nosso novo mundo. Mundo esse que estamos construindo coletivamente. Estamos jogando The Sims sem nos preocuparmos com o prisma que gira acima de nós ficar vermelho.

Esse novo mundo que estamos construindo passa a ser o mundo do indivíduo, no qual está à serviço dele. Óbvio, mas não claro em primeira instância.

O homem, a partir do seu mundo, manda e desmanda no que produz e recebe para poder, assim, construí-lo: a gente dá block em quem não curte, não aceita amizade no Facebook de quem achamos desinteressante, organizamos contatos, escolhemos quem seguir, senhas, etc. E tudo está em pronome possessivo na primeira pessoa.

Ao organizarmos o mundo com o que queremos receber e produzir, bloqueando e aceitando, criamos, assim, a dificuldade de aceitar o mundo do próximo. A internet são vários mundos que, hora ou outra, acabam entrando em rota de colisão. Essas colisões mostram a dificuldade que as pessoas têm em saber que o seu mundo não interessa ao outro (dica: o nome disso é egoísmo).

Os grupos do Facebook são essas colisões. O que você faz a partir do choque entre duas realidades corrobora para: 1) expandir o que você deseja como informação ou 2) aumentar o muro que o exclui do que poderia, de alguma forma, agregar algum sentido.

Vejam bem, não digo que um vídeo bobo como o que eu postei é fonte de conhecimento. É só um LOL. A internet é feita disso também.

É feita disso também, não só disso.

Há pessoas que tem a rotina de entrar em determinado número de sites todos os dias, quando têm um infinito à sua espera no mundo virtual. É uma escolha guiada pelo seu ego que dão as cores ao planeta chamado EU

As redes sociais, e agora eu volto ao Facebook e seus grupos, tem a possibilidade de chegar à qualquer causa, mas ficam presas nesse planeta do EU. E esse mundo do EU é tão forte que te impede de, ao esbarrar com algo que não lhe agrada, apenas ignorar (e atente, pois digo "agradar" não é no viés de "faltar com o respeito" ou "agir como crime de ódio", ou ainda como "apologia a algum crime"). Há a necessidade de se manifestar porque os grupos do Facebook são onde você não tem o poder absoluto do que é produzido. Ali, outras pessoas produzem juntas.

Esse ego ignora as barreiras da sociabilidade. Às vezes você ouve uma piada sem graça num bar, com amigos e conhecidos e apenas ignora, porque ali você está inserido em um mundo que não é só o seu. Mas, na internet, crê-se que por interferirem no seu mundo você é obrigado a manifestar contrariedade quando, é muito mais fácil, apenas ignorar. Quase como: causar mal-estar virtualmente é mais aceitável que a indelicadeza social real. E lhes digo: ser mal-educado virtualmente é extremamente igual a ser realmente.

A internet pode transformar o ser EU no ser TODO MUNDO, mas pra isso deve-se pensar mais no coletivo e entender que, às vezes, alguém vai fazer uma piada que você achou "tanto faz" ou vai escrever "abituar" num argumento que pode ser muito bom.

Nosso crachá social é o que produzimos, é quando somos vistos, é a nossa opinião, nossa ZuErA, nossa fala mais séria (nem que seja numa revolução de sofá).

Falta mais tolerância e falta, ainda mais, vontade de expandi-la.


Aqui tem uma palestra que serviu para abraçar meus argumentos.